Foi-se o tempo em que chamar a atenção no trânsito era trabalho de sedãs pomposos ou carros enormes. Agora a tendência são os compactos de luxo – não desmerecendo os três volumes, mas a cada dia eles parecem mais “chatos” – e se falamos de moda, é claro que precisamos falar da Citroën. Não é para menos que a fabricante escolheu a rua Oscar Freire, no Bairro dos Jardins, em São Paulo, para lançar o novo DS3, modelo voltado a um público capaz de dar R$ 79.900 num carro que leva bem apenas duas pessoas, mas que carrega estilo e beleza de sobra.
Este é o primeiro integrante da família DS a chegar ao Brasil (além dele existem o DS4 e o DS5 na Europa, porém, sem data para desembarque por aqui). A Citroën pretende emplacar 250 unidades por mês do carrinho, conforme você conferiu aqui no iG Carros. Difícil? Você verá que não é tanto assim.
Vamos às contas. Você quer um carro legal, que chama a atenção, mas não quer um sedã de R$ 80.000 e um SUV está descartado. Também não existe uma necessidade absurda de espaço para o seu dia a dia, até porque somente você e no máximo um acompanhante andam no carro. Nessas condições, por que não comprar um modelo que possui o mesmo luxo de carros maiores, mas com um visual muito mais cool?
Para bater de frente com Hyundai Veloster, Audi A1 e Mini One e cia, a Citroën equipou o DS3 com o eficiente motor 1.6 THP projetado a partir da parceria entre os grupos BMW e PSA Peugeot Citroën. O mesmo bloco é encontrado no Peugeot 3008, RCZ e no 508 (que chega ainda este mês) e trabalha junto com um câmbio de 6 marchas muito bem calibrado. O conjunto é responsável por produzir 165 cv e 24,5 kgfm de torque, ótimo número para um carro de 1.165 kg.
Estilo de playboy
A Citroën caprichou no visual do pequeno DS3. O carro tem traços modernos e bastante chamativos, como o conjunto óptico dianteiro que casa muito bem com o pequeno capô e a imensa grade frontal que acompanha faróis de milha e LEDs. Passando para as laterais com uma coluna "B" em formato de "tubarão" e a traseira com lanternas bem desenhadas, é possível notar que todas as linhas foram esculpidas com esmero pelo centro de design francês.
Outro diferencial são as diversas formas de personalização. Segundo a Citroën, o carro terá oito opções de cores, três sólidas e cinco metalizadas e quatro cores para o centro das rodas, entre elas o preto, vermelho, branco e amarelo. Por dentro também existe a opção de deixar o carro com o gosto do freguês.
Aproveitando a deixa do interior, o DS3 esbanja um acabamento muito acima dos modelos vendidos atualmente pela Citroën no Brasil. Plásticos de ótima qualidade, os bancos em formato de concha (revestimento em couro é o único opcional e sai por R$ 2.900) também têm costuras impecáveis, porém, o console central fará você se lembrar de velhos conhecidos. Tanto o aparelho de som com entradas auxiliares, quanto o visor central são os mesmos utilizados pelos antigos 207, C3, C4 hatch, entre outros. Está na hora de renovar não é, Citroën?
Dica: Segungo a Citroën, um modelo equipado com GPS integrado no console central chegará em breve ao Brasil, vale a pena esperar para conferir.
Primeiras impressões
Para provar que seu novo produto está muito bem acertado, a marca francesa nos levou para dar uma volta em um circuito fechado no interior de São Paulo (SP). Ali, o compacto engoliu as curvas com muita destreza e, com a ajuda do controle de estabilidade (que pode ser desligado), mostrou que também pode ser, além de atraente, divertido.
A suspensão recebeu acertos que propiciam uma ótima direção, tanto em perímetros urbanos, quanto na estrada e até mesmo nas pistas. A direção com assistência elétrica facilita em manobras rápidas e o câmbio com engates rápidos e fáceis melhoram ainda mais a condução.
A 120 km/h, o isolamento acústico é bom. Na estrada, é possível perceber a rodagem dos pneus traseiros, mas nada que tirará sua atenção durante o trajeto. Para o motorista, o espaço acima da cabeça e para os joelhos é muito bom e a regulagem (manual) do volante e do banco ajudam os mais altos. Para quem viaja ao lado o conforto torna-se razoável e atrás... bem, é possível, mas não aconselhável, principalmente para quem sofre com problemas nas juntas.
Por fim, o motor 1.6 de 165 cv – mais uma vítima do downsizing – conseguiu ser eficiente em todas as ocasiões. Levando em consideração as informações do computador de bordo, o DS3 conseguiu fazer uma média de 9 km/l na cidade e 13 km/l na estrada. Nada mal para um bloco sobrealimentado com turbo.