O carro desta desta vez na seção “15 dias com” (do Jornal do Carro) é o Citroën Aircross, que chegou em setembro e ainda não é comum nas ruas - até novembro, foram vendidos 2.586 exemplares. A versão com apelo visual aventureiro do europeu C3 Picasso tem entre seus méritos o desenho contemporâneo e chamativo. A versão avaliada, Exclusive, topo de linha, parte de R$ 62.350. Já a de entrada tem tabela de R$ 54.350.
O Aircross usa a base do C3 nacional, mas sua dirigibilidade em nada lembra a do hatch. Os 23 centímetros de altura extras e os quase 200 kg a mais fazem a diferença. Assim, o desempenho em curvas não é um ponto forte, embora a carroceria oscile pouco em alta velocidade.
A suspensão transmite parte das irregularidades do solo à cabine, mas vai melhor que a de outros Citroën. Para privilegiar o desempenho, a marca fez mudanças no câmbio manual de cinco marchas, cujas relações ficaram mais curtas que no hatch C3. E deu certo, principalmente no uso urbano. Impulsionado pelo motor 1.6 16V flexível, de até 113 cv, o carro é eficiente em retomadas, sem perder fôlego em baixa rotação nem exigir constantes reduções de marcha.
Porém, isso prejudicou o consumo de combustível. A Citroën não divulga números, mas ao final dos 15 dias a média apontada no computador do carro foi de 5,7 km/l, em uso urbano, com 100% de álcool. Quatro avaliadores rodaram com o modelo e o ar-condicionado ficou ligado parte do tempo. A ergonomia tem falhas. O ajuste do encosto dos bancos dianteiros é difícil de operar e demora até a posição ideal de dirigir aparecer. O processo de abrir o braço que sustenta o estepe requer força e deixa as mãos bem sujas.
O volante é bom de ergonomia, mas seu acabamento deixa a desejar, assim como o painel em frente ao passageiro dianteiro, cujo plástico é de qualidade inferior ao do resto da peça. A direção é hidráulica, mas em manobras de estacionamento parece elétrica, de tão leve.
Ano novo, preço novo. Na segunda-feira, a Citroën reajustou a tabela de toda a linha Aircross em R$ 450. E as autorizadas, que em dezembro já praticavam valores R$ 1 mil (em média) acima do sugerido pela fabricante, chegam a pedir cerca de R$ 2.300 a mais -caso da opção intermediária, GLX (tabelada a R$ 56.850).
Na Exclusive, a diferença é de aproximadamente R$ 1.500. Em uma das autorizadas, ela é vendida por R$ 64.600, já com pintura metálica (R$ 710). A cor branca é a única sólida, sem custos. A opção de entrada, GL, traz de série ar-condicionado, direção hidráulica e retrovisores elétricos, mas as rodas são de aço com calotas. Só na GLX é que entram as de liga, além de regulagem de altura do banco do motorista e itens como bússola e clinômetro.
A Exclusive tem bancos de couro, duplo air bag, freios ABS e ar condicionado digital. Este, por sinal, exclusividade do Citroën no segmento, assim como o para-brisa panorâmico. Os principais rivais do carro são Ford EcoSport e os automóveis da linha Fiat Adventure.
Ficha técnica
Preço sugerido R$ 62.350
Motor 1.6,4 cil, 16V, flexível
Potência (cv)* 113 a 5.800 rpm
Torque (mkgf)* 15,7 a 4.500 rpm
Comprimento 4,28 metros
Altura 1,75 metros
Peso 1.329 quilos
Tanque 55 litros